Nem toda a energia elétrica produzida nas usinas geradoras chega aos consumidores finais. Isto se deve às perdas que ocorrem na transmissão e na distribuição da energia.
Parte das perdas estão relacionadas à ocorrência do efeito Joule, que é a transformação de energia elétrica em energia térmica. O efeito ocorre pela passagem de corrente elétrica através de um condutor, e é diretamente proporcional à resistência do condutor e à intensidade da corrente. Pelo fluxo da corrente elétrica, ocorrem colisões entre os elétrons e as partículas constituintes do material condutor, resultando na transferência de energia cinética e provocando a agitação das partículas e consequente elevação da temperatura do condutor. O nome do fenômeno, assim como o nome da unidade de medida utilizada para medição de energia ou trabalho, se deve ao físico britânico James Prescott Joule.
Nas linhas de transmissão, a intensidade do efeito Joule depende principalmente das características dos cabos condutores e da tensão da LT. Além disso, quanto maior a extensão da linha, maiores são as perdas pelo efeito Joule. Além da redução da eficiência da transmissão, a dilatação provocada pela elevação da temperatura nos condutores devido ao efeito Joule provoca também o aumento da flecha dos cabos e, consequentemente, a redução da sua distância em relação ao solo.
A redução do efeito Joule pode ser obtida, por exemplo, pela utilização de condutores de maior bitola e menor resistividade, contribuindo para a redução da resistência dos cabos, e pela elevação da tensão da linha, possibilitando a redução da corrente elétrica.