Mais dúvidas do que certezas pairam sobre a offshore

A proximidade de o governo dar o pontapé inicial no processo de estabelecimento de um marco regulatório para a eólica offshore no Brasil foi bem recebida por investidores e interessados no tema.

Contudo, ainda pairam mais dúvidas do que certezas sobre o tema, o principal é sobre a questão da cessão territorial marítima. Mas ainda pode-se citar a forma de transmissão da energia, licenciamento ambiental e a comercialização desses grandes blocos de energia que caracterizam projetos dessa natureza. Apesar disso, a avaliação é de que a modalidade vai decolar no Brasil cujo potencial é classificado como imenso.

Lucas Barbosa, líder de Wind Energy Advisory na Embaixada da Dinamarca no Brasil, comentou em sua participação que seria necessário conhecer de forma mais pormenorizada a ideia do governo federal acerca do tema. Entender como se daria a venda da energia, se por meio de um programa específico, numa espécie de Proinfa 2, leilões específicos para a fonte ou outro caminho. “A expansão da transmissão e como estaria relacionado com o consumo da energia. Se onshore falamos de parques de 300 a 400 MW, em offshore esse volume está em 1, 2, 3 GW em um único ponto de conexão”, destacou.

Adriano Gouveia, gerente de Recurso Eólico e Solar da Neoenergia, reforçou a importância de existir uma concatenação entre a entrega de projetos e entrada da transmissão e evitar o ocorrido no país quando da expansão inicial da eólica onshore.

Um dos agentes financiadores de projetos renováveis no mundo, o Banco Mundial aponta que para a fonte avançar no país é necessário uma regulação com fundações sólidas. No caso da geração em alto mar essa questão multiplicada em importância por conta da escala.

“Consideramos a offshore no Brasil, mas precisamos saber estratégia política para a fonte, o marco regulatório e as entregas. Isso porque é um investimento de longo prazo. Precisamos saber se as bases são sólidas para ter segurança e confiança e isso vale também para desenvolvedores, fabricantes, O&M, investidores, enfim todos os interessados no tema”, apontou Sean Whitaker, Especialista em Indústrias de Energia limpa para a International Finance Corporation do Banco Mundial.

Ele explicou que a instituição já promoveu o financiamento de 5 GW em eólicas no mundo. Inclusive, o primeiro foi no Brasil. “Assim, gostaríamos que o primeiro offshore também fosse no país”, acrescentou.

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